Tens me adoçado os dias com esse teu afável calor
e infinita luz a infiltra-se-me pelos meus poros. Transmitindo a mais pura
essência, que é só tua. Única e inigualável, ninguém brilha como tu. Mesmo após
seres escorraçado pela noite escura, nasces de novo em força para lhe mostrares
que não desistes e que vale a pena cada pedacinho de energia que gastas para
acalorar os corações humanos de quem te contempla. Por vezes gostava de ser
como tu. Ter essa força para recomeçar e lutar contra quem te deita abaixo.
Logo tu, que enfrentas todos os ventos, todas as chuvas, todas a trovoadas e
todas as tempestades sozinho. Admiro-te. Admiro-te muito por isso. Talvez seja
este o motivo de por vezes partires sem dizer nada. Para recarregar baterias.
Fico dias a fio sem saber de ti, se estás bem, se voltarás em breve ou não...
Por vezes os dias são mais claros e consigo vislumbrar a tua sombra, mas estás
de costas voltadas, lá bem longe. Mas sei que vais voltar, que não me
abandonas, e fico à tua espera. Se calhar é isto que te torna tão especial e
cheio de encanto. Esta ânsia em voltar a ver-te, em matar cada pontinha de
saudade e em aproveitar todos os segundos antes que partas de novo.
Começas a espreitar mais vezes por entre as
nuvens e já me estava a habituar de novo ao teu cheiro pelo meu corpo, mas
agora deixas-te-me de novo. Não te censuro. Sei que quando estiveres pronto
voltarás. Só peço que voltes em breve e que fiques. Que fiques por muito tempo
ao pé de mim e que tragas todas aquelas coisas boas que só tu sabes. Até lá,
ficarei eu aqui à tua espera como sempre fico, a saborear o que ainda me resta
desta tua última visita. Mas vai dando notícias, manda-me um postal de vez em
quando para ver se o tempo sem ti se vai tornando mais fácil de passar. Agora
faz o que tens a fazer, prepara-te que eu também me vou preparar. Vou preparar-me
para a tua chegada, para poder aproveitá-la ao máximo. E é nesta certeza, de
que voltarás para mim, que estou aqui te escrevendo, olhando a tua bela amiga
Lua que, tão amavelmente, te vem substituir sempre que és levado pela noite.
Que ser tão mágico e delicado este.
De súbito vem-me um pensamento à cabeça e fecho
os olhos com força. Tento afastá-lo de mim mas ele teima em não ir embora. Oh
Sol, tu que demoras 8 minutos a chegar até nós, 8, este número de infinidade,
olha o mundo e vê. Vê o que fizeram dele. Observa mais perto do que os campos
verdejantes, do que os oceanos, rios, montanhas, do que as mais belas cascatas
de água, do que as flores coloridas e repara num outro ser vivo espalhado por
todo o mundo, também muito especial: o Homem. Sabes que dia é hoje? 25 de Abril
de 2012. Hoje, aqui em Portugal, comemoramos a nossa liberdade. Antes os homens
estavam enclausurados pelos senhores mais ricos. Exatamente iguais, tanto uns
como outros, unicamente diferentes nos bens e na categoria social. E é só isso
que lhes trás este destaque, o poder de mandar, manipular, oprimir e encurralar
os outros. Irónico não achas? Tendo em conta que qualquer um deles veio ao
mundo da mesma forma, sem nenhuma destas posses. Não faço ideia do que é viver
assim, sem sequer poder exprimir os meus pensamentos. Foi ao pensar nos teus 8
minutos que me lembrei dos 8 anos de vida de um escravo. Passados estes anos é
como se o seu prazo de validade expira-se. Já não são mais úteis para o seu
"dono". Foram postos à prova nos mais diversos níveis de
sobrevivência e crueldade pelos da sua mesma espécie. Estão abalados pelo
cansaço que se reflete nos traços dos seus rostos e no fundo dos seus olhos.
Como é que alguém é capaz de fazer isto a outro ser vivo? É-me difícil de
entender. Estipular-lhes um prazo de vida e usá-lo em seu proveito para depois
deixá-los morrer já sem forças. Foi há 38 anos atrás que isto mudou por cá, com
uma revolução. Mas nada de guerras, só flores! Que dia bonito este.
Mas olha, repara melhor. Estás a ver? Não me
parecem assim tão merecedores desta liberdade que conquistaram. Libertaram-se
das garras de uns para trancarem as suas próprias garras noutros. As pessoas
usam a sua nova liberdade para tentar ao máximo roubar a dos outros, e criam
lutas entre si. Esquecem os cravos e passam à violência, aos insultos, ao
desprezo. Deixam-se dominar pela ambição. Arrancam a carne que os mais fracos
transportam no bico para as suas crias que os aguardam nos ninhos e tiram-lhes
as penas sem dó nem piedade. Querem ser os melhores. E lá entramos de novo
nesta luta pela superioridade, pelo poder. Não olham uns para os outros nem
reparam que as mãos que lhes assentam nos braços são iguais às do seu vizinho.
Que mundo é este em que vivemos, onde tudo se vai destruindo cada vez mais?
Falta a união, a ajuda, a sensibilidade e a capacidade de nos pormos no lugar
dos outros. Pensam que são livres mas aprisionam-se cada vez mais uns aos
outros. É triste.
Sol, tu que estás aí no alto, longe de toda esta crueldade, quando voltares, vem com toda a intensidade e dá-nos um pouco da tua força para quebrarmos todo o egoísmo que nos está corroendo. Enche-nos de alegria e luz como fazes com os campos e com os oceanos. Liberta-nos deste buraco apertado e ajuda-nos a dar as mãos! Faz-nos ficar a olhar-te e trocar o rancor pelo sorriso. Esquecer esta bolha negra que nos assombra. Vem querido Sol, vem.
Cá te espero, como sempre.
Da tua querida amiga,
Ariel
Gostei muito da tua escrita :)
ResponderEliminarVou só deixar te uma critica construtiva, devias por a font de uma cor mais escura, para que seja mais facil ler ;)
xoxo
www.finsandfreckles.blogspot.com
gosto e estou a seguir,
ResponderEliminarvisita, comenta, e se gostares segue
http://Makeawish8.blogspot.pt/
muito obrigada!!!
ResponderEliminarAww adorei :)
ResponderEliminarGiveaway: Ballet Lovers Necklace no meu blog: Participa! http://contemporaryliveshere.blogspot.com/
oh nao faz mal, mas se poderes divulga por aqui e pelos teus amigos pf:)
ResponderEliminardescobri agora o teu blog e deixa-me dizer-te que estás de parabéns, escreves super bem e para além disso temas com que todos nos identificamos ;)
ResponderEliminarvou seguir definitivamente
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HF
http://the-hf-blog.blogspot.pt/