sexta-feira, 6 de abril de 2012

Tinha outra coisa sobre a qual escrever, mas fica para depois.

Eu não percebo.
Como és assim... sempre que eu acordo mais bem disposta que o normal tu fazes sempre alguma coisa que me tira isso!  S E M P R E .
Ela não merece. Nem ela nem nós. Mas ela faz-te tudo, tudo! E não é só a comidinha, a cama e os todos trabalhos domésticos. Tudo aquilo que queres, mesmo que peças ou não, ela está lá sempre pronta para ajudar e dar, mas um obrigado da tua boca para ela? Nunca ouvi. É sempre críticas, mal dizer, conversas descabidas e argumentos sem sentido, acompanhados de um tom de nojo, sim nojo. Que raiva. E ainda te admiras que não te ligue? Ligo é demais. Esqueço-me por vezes do que fazes e daquilo que és. Faço-te os favores todos. O quanto eu queria viver a minha vida sem te dar satisfações nenhumas... mas não é isso que faço.
E gosto de ti. Sim, gosto. Porquê? Não sei... não é por mereceres com certeza. Mas és meu pai. Já passamos por muito, tu já passas-te por muito. Mas isso não é desculpa para o homem horrível, estúpido, egoísta, insensível e mal criado em que te tornas-te! Talvez sempre foste assim... Eu é que de ti lembro-me só de te ver em hospitais lá fora, e ela ia sempre contigo. Esteve lá sempre para ti. Ficava mais velha a cada dia que passava a suportar as angústias que a tua saúde lhe trazia. Vivemos um período de ansiedade, preocupação e incerteza no amanhã. A morte passou-te rente muitas vezes. Sustos. E isso faz-me ver que sim eu gosto de ti e te quero ver bem. Mas não é justo que sejas assim!
É horrível mesmo ouvir isto todos os dias, discussões sem razão, desprezo, ora aqui esta a palavra correta: desprezo!
Trancas-te ali naquele quarto a fazer sabe-se lá o quê. Até se sabe. É um pouco difícil não saber. Não tens vergonha na p*ta da cara. Nem tu nem essas mulheres. As conversas que eu já vi... que nojo mesmo. Ela não merece nada disto, nada mesmo.
É por isto que eu não gosto daquelas prendinhas do dia do pai, com aquelas mensagens muito bonitinhas. Só te dei aquela porque foi à última da hora e já não tinha o que eu queria. Podia muito bem dar uma a dizer "feliz dia do pai" ou mesmo sem nada, só uma lembrança. Porque sim, quero que tenhas um dia feliz. Agora "pai és o maior!" não, desculpa mas não.
Até que tentas. Mas se for só comigo e só com carinhos na tentativa de apagar tudo o resto para cima de mim esquece. É ainda pior. Detesto. Detesto que me venhas com conversinhas para cima de mim e dos teus conhecidos quando eu estou por perto como "Ela não gosta nada do pai!" ou "Não liga nenhuma ao pai!" na tentativa que eu te contrarie. Sabes bem que eu não vou fazê-lo. Podes dizer o que quiseres, não vou ligar a essas conversas. Muitas vezes acredito que a primeira é verdade. Mas não é uma verdade constante. Não, não gosto. Não gosto quando és assim para ela ou para outros (sim, porque não é só com ela). Não gosto quando metes na cabeça que tens de ter sempre razão. É horrível. Tem muitos dias em que não gosto de verdade, momentos. Mas não é sempre. A verdade é que por outro lado gosto. Enfim. Detesto que me venhas abraçar e com sorrisinhos depois de tudo isto. Que hipocrisia. Acreditas mesmo que eu te vou dar palmadinhas nas costas depois de tudo o que fazes? Admiras-te mesmo de eu fugir e não te sorrir de volta? Parece-me que já devias estar à espera.
Isto é que é o pior, falares, agires como se nada de mal fizesses. Pára! Sê coerente uma vez na vida.
Olha muito mais há para dizer mas já não escrevo mais nada. Não vale a pena, por isso é que também não te digo nada. Para além de nem saber o que dizer nem como falar sobre as tuas atitudes nem talvez querer, não vale a pena. Tu és assim e não mudas. Nem queres. Pensas que tu é que estás certo. Todos os outros estão mal. E ninguém te pode dizer o contrário.

Como agora que chegas-te ao pé de mim "Olha, ia procurar agora a minha filhinha! :)", a passar-me a mão pelas costas. Que raiva, já chega!



                                                                                                   Hasta luego.

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